Sorocaba - Muito se fala sobre o excesso de gordura ingerido pela população, sobretudo a ingestão de um tipo de gordura: o tipo trans.
A gordura trans é uma gordura modificada industrialmente. Em alta pressão e temperatura, adiciona-se hidrogênio às moléculas de gordura, transformando-a em uma gordura mais consistente e mais durável, que no alimento traz várias vantagens, como: aumento da validade dos produtos, substitui óleos feitos com gordura animal (atendendo vegetarianos e outras culturas onde a gordura de porco não é permitida) e necessita menor refrigeração do produto.
Tal gordura também pode ser encontrada em pequenas quantidades naturalmente, no leite e carne de animais ruminantes, pois a flora intestinal desses animais hidrogena uma parte da gordura ingerida por eles.
A trans, segundo estudos recentes, é a gordura que mais contribui para a formação de placas nas artérias e para o aumento da pressão arterial e dos riscos de infarto ou derrames, pois aumenta o LDL (colesterol ruim) e ainda toma espaço do ômega 3 e do ômega 6 (gorduras vitais que não são produzidas pelo nosso organismo).
A Organização Mundial de Saúde recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta (equivalente a 2g).
Por esse motivo, desde o dia 31 de julho de 2006, as empresas são obrigadas a discriminar a quantidade de trans nos rótulos dos alimentos. Com medo de perder consumidores, as indústrias usam uma brecha técnica para continuar a vender produtos com gordura trans e ao mesmo tempo utilizar selos e "splashes"(destaques) em embalagens declarando-os com "0% de gordura trans".
A brecha técnica funciona da seguinte maneira: se o produto contiver até 0,2g de gordura trans por porção, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite que a embalagem estampe a alegação "Não contém...", "Livre de...", "Zero..." ou "Isento de..."
Isso permite que o próprio fabricante escolha qual o tamanho de 1 porção de seu produto que fique abaixo de 0,2g. Um fabricante de biscoitos, por exemplo, pode imprimir em sua tabela nutricional que os valores de 1 porção equivalem a 1/2 biscoito, e assim induzir o consumidor a acreditar que esse produto não contém nenhuma gordura trans. Ou seja, se o consumidor comer 1 biscoito, já terá consumido mais de 0,2g de gordura trans.
Uma maneira segura de comprovar a adição de gordura trans é a leitura da lista de ingredientes do alimento. Se contiver gordura vegetal hidrogenada, ou gordura vegetal, certamente contém gordura trans.
A Anvisa não exige mais que os fabricantes grafem gordura vegetal hidrogenada por extenso nas embalagens, permitindo que ela seja indicada apenas como gordura vegetal. Então, outra maneira de verificar a presença de gordura trans é verificar a lista de ingredientes impressa nas outras línguas - se disponível.
A recomendação é que se consuma o mínimo possível de gordura trans, não existindo quantidade mínima recomenda por dia, qualquer quantidade por menor que seja, é prejudicial.
Nível de gordura trans em alguns produtos:
Produto.....................................Quantidade.........Gordura Trans
Biscoito água e sal............2 unidades (30g)...........1,0 g
Biscoito recheado..............2 unidades (30g)...........1,5 g
Biscoito tipo waffer.............4 unidades (30g)...........5,0 g
*Sorvete de creme..............1 casquinha (81g).........1,4 g
*com recheio de doce de leite coberto com chocolate ao leite
Alimentos ricos em gorduras trans:
• Alimentos fast-food
• Salgadinhos
• Batata frita e outras frituras
• Pratos congelados
• Massa folhada
• Margarina
• Biscoitos
• Sorvetes
• Bolos recheados prontos
• Cookies
• Chocolates em barra e bombons
• Pipoca de microondas
• Maionese
• Donuts
• Sopas e cremes industrializados
Fonte: Nicole A. A. M. Pontes é Nutricionista Clínica e Estética
julho 24, 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário