“Os Experimentos em Animais ATRASAM o progresso da ciência”.

junho 28, 2010

Biodiversidade

por Neide Schulte
Quando vejo projetos como esse, infelizmente me reforça o fato de que o caminho da humanidade para efetivamente ter uma vida em harmonia verdadeira com a natureza ainda está distante. Por que? Porque essas ações em prol da ‘biodiversidade’ são antropocêntricas. Têm como fim a preservação da espécie humana, as demais vidas de animais não humanos e plantas não manipuladas para serem mantidas para que humanos tenham alimentos, conforto e bem-estar até na consciência, pois estão ajudando a ‘preservar a natureza’.
Isso fica claro quando se propõe criar em cativeiro espécies exóticas de animais, para que os nativos da região possam matar e comê-los. Mas porque os animais criados em cativeiro não tem o direito de viver livres na natureza? Ou melhor, os humanos tem o direito de capturar espécies, reproduzi-las e serem donos de suas vidas? O homem é Deus?

O argumento da cultura local é um álibi, pois a cultura é mutável de acordo com os novos valores que surgem. Se preservar a biodiversidade é um novo valor, então primeiro é preciso estabelecer que conceito de biodiversidade está se usando, porque manter uns e matar outros… que bio diversidade é essa? Humanos são onívoros. Podem viver sem comer animais. É uma escolha como fazem os veganos ou ainda uma falta de escolha como as pessoas que não tem como comprar animais para comer. Mas o fato é que humanos podem viver de forma saudável com uma dieta sem inclusão de animais. Além disso, o último relatório da ONU apresentado dia 05/06/2010 aponta: ‘Uma redução substancial de impactos ambientais somente seria possível com uma mudança de dieta, eliminando produtos animais’ (p.82). Relatório da ONU 2010 disponível em www.guardian.co.uk.

* Neide Köhler Schulte é doutoranda em Design, PUC-Rio, tem como tema de pesquisa para tese o “consumo ético de roupas”; mestre em Engenharia de Produção, UFSC; especialista em Moda, UDESC, e em Ensino da Arte, UNIVILLE; graduada em Desenho, UFSM. É professora de desenho de moda e desenho têxtil no curso de Bacharelado em Moda, na UDESC, coordenadora do Programa de Extensão EcoModa-UDESC. Participa do “Projeto feminista ecoanimalista: contribuições para a superação da violência e da discriminação” na UFSC, coordenado pela filósofa Sônia T. Felipe. Apresenta conferências, palestras e desfiles em eventos mostrando roupas desenvolvidas a partir de tecidos orgânicos, reciclados e reutilizados para disseminar o consumo ético.

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