Para reduzir os problemas causados pelo excesso de lixo devemos seguir a regra dos 3R´s/Foto: Thiago Martins
O processo de produção de tudo aquilo que consumimos passa pelo mesmo sistema: extração de matéria prima, produção, distribuição, consumo e descarte. Esse sistema linear, descrito no documentário A história das coisas, de Annie Leonard, está gerando diversos danos ao meio ambiente e, conseqüentemente, às pessoas que vivem nele: nós.
Percebendo esses efeitos, pessoas do mundo todo já estão se mobilizando e buscando saídas para frear essa destruição. Uma dessas idéias traz um conceito que visa Reduzir, Reutilizar e Reciclar os produtos como forma de fazer da sustentabilidade algo real.
Esse conceito, conhecido em todo o planeta como 3 R´s, estimula as pessoas a pensarem de forma consciente em tudo aquilo que elas consomem (de amaciante de roupa à energia elétrica) e no que acontecerá com aquele produto depois que ele for descartado.
Reduzir o consumo, reutilizar o que ainda for possível e reciclar o que não pode mais ser utilizado é uma forma encontrada e que já está sendo posta em prática por muitas pessoas. Grandes organizações também já compraram a causa e elaboraram a Agenda 21, durante a Conferência Rio-92, que representa o acordo entre as nações para melhorar a qualidade de vida no planeta.
Ela fala em seu capítulo sobre Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Sólidos que "a adoção de regulamentações nacionais e internacionais que objetivam implementar tecnologias limpas de produção, resgatar os resíduos na sua origem e eliminar as embalagens que não sejam biodegradáveis, reutilizáveis ou recicláveis, é um passo essencial para a criação de novas atitudes sociais e para prevenir os impactos negativos do consumismo ilimitado".
Entenda mais cada um dos R´s:
Reduzir: Como o nome já diz, reduzir é diminuir a quantidade de tudo que pode virar resíduo. Seja adquirindo produtos que possam ser reutilizados, como guardanapos de pano ou produtos com refil, ou comprando somente o necessário. O importante é saber que a diminuição da quantidade de coisas que você joga fora irá aliviar a pressão dos depósitos de lixo e os impactos que isso gera ao meio ambiente.
São danos como a emissão de diversos gases tóxicos na atmosfera, como a dioxina, resultante da incineração do lixo, os gases metano e sulfuroso, resultantes da decomposição do lixo, além da contaminação do solo, de rios, córregos e lençóis freáticos pelo chorume. Os depósitos a céu aberto podem ainda favorecer a aparição de doenças como leptospirose, febre tifóide, doenças de pele, dengue, malária, febre amarela, entre outras.
Tida por muitos como o R mais importante, a redução do lixo é a base de todo o processo, as próximas etapas acontecerão com os resíduos que conseguirem passar por ela e o objetivo maior é que passe a menor quantidade possível. Para a jornalista Liliana Peixinho, que também é ativista e promove ações na área ambiental, “a redução de resíduos começa antes de fazer as compras, observando detalhes do valor ambiental agregado a cada produto”.
Reutilizar: Sabe aquela roupa que já não cabe mais em você? Ao invés de jogar fora, doe-a para outra pessoa e mantenha esse produto em circulação. Annie Leonard afirma em seu documentário que apenas 1% de tudo que é produzido nos Estados Unidos se mantém em circulação por mais de seis meses.
Reutilizar é, portanto, a segunda alternativa para diminuir a quantidade de lixo que chega aos depósitos todos os dias. Segundo dados do IBGE, o Brasil produz cerca de 230 mil toneladas de lixo por dia. O Instituto Akatu lançou um desafio perguntando “quanto tempo seria preciso para encher de lixo 16.400 caminhões enfileirados de São Paulo ao Rio de Janeiro”. A resposta? 72 horas. Portanto, encontrar outra serventia para aquilo que aparentemente não serve mais é, além de um estímulo à criatividade, uma excelente forma de ajudar o mundo.
Reciclar: O mais conhecido dos R´s, a reciclagem é o processo que ocorre quando já não é possível utilizar grande parte do produto. Dessa forma, a opção é aproveitar a sua matéria-prima e fabricar outro. Ele pode ser idêntico ao anterior ou apenas possuir algumas propriedades suas somadas a outras matérias primas.
Por conta disso, a reciclagem é apenas a última opção, já que além da necessidade de extração de novas matérias primas, a fabricação desse novo produto acarreta energia, distribuição aos pontos de venda e um novo descarte.
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